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Greve em defesa do patrimônio nacional: do preço dos combustíveis ao posicionamento político do povo


Greve que começou com a ação de caminhoneiros está se tornando um ato de defesa nacional

A greve dos caminhoneiros está se alastrando por outros setores da economia. A população cansada de assistir a implementação da política do golpe contra os interesses nacionais e da população começa a reagir e categorias profissionais importantes passam a apoiar a greve que ameaça se tornar uma greve nacional contra o golpe de estado sofrido pelo país em 2016.

O movimento se iniciou com a reivindicação dos caminhoneiros para que o governo mude a política de preços dos combustíveis da Petrobrás, que simplesmente passou a adotar preços internacionais para os preços dos combustíveis, ignorando o instrumento de controle de preços que significa a existência de uma empresa estatal do petróleo, patrimônio de todo o povo brasileiro.

O discurso de que o mercado seria um valor absoluto, em detrimento de políticas que visem proteger a economia nacional e o emprego, tomou conta do governo instalado pelo golpe, que passou a visar apenas ao atendimento do "mercado" como se este pudesse de uma maneira mágica beneficiar a economia. Isso não aconteceu: pelo contrário, a política instalada pelo governo Temer elevou o preço dos derivados do petróleo, agradando acionistas, mas prejudicando toda a cadeia produtiva de vários setores da economia e reduzindo no final do processo o valor do salário do cidadão comum. Este efeito já é sentido por toda a sociedade que começa a reagir por perceber o quanto perdeu nestes dois anos de desmonte das políticas públicas do estado brasileiro e de sabotagem da economia nacional.

Em virtude de tudo isso setores da sociedade começam a reagir, aderindo a este movimento, de maneira não programada, mas natural, deixando claro a enorme insatisfação popular que tomou conta da sociedade brasileira. O Brasil está parando neste final de maio de 2018. Atos públicos espalhados por todo o país expandem a adesão ao movimento que expõe claramente o desejo de se dar uma basta na política de entrega do patrimônio nacional.

Estão em jogo áreas vitais da economia, que foram tomadas de assalto por interesses internacionais que tiveram a porta aberta e o convite franco de um governo irresponsável, instalado à base da traição da nação e da quebra dos processos constitucionais. Por exemplo, neste momento estão em jogo, a Petrobrás, cujo sindicato dos petroleiros resolveram aderir ao movimento grevista a partir da noite do dia 31 de maio. Além de toda esta verdadeira devastação econômica, está em vias de entrega de controle acionário a Embraer, empresa orgulho nacional, resultado de mais de 50 anos de investimento nacional e estratégica na defesa aérea nacional. Por isso o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos informou nesta segunda-feira, 28, que a categoria decidiu apoiar a greve dos caminhoneiros e inseriu em sua pauta uma menção à defesa da Embraer. Além destas ações, o governo federal ainda desenha a entrega do sistema Eletrobrás, que significará a renúncia final do estado brasileiro a qualquer condição de elaborar políticas para controle de preços da energia, insumo igualmente importante aos combustíveis para a cadeia produtiva, que teria igual efeito no empobrecimento do país e da população.

Em virtude deste quadro, vários setores da sociedade, a exemplo dos citados anteriormente, começam a aderir ao movimento, em defesa não de uma pauta salarial, não em defesa de um setor econômico, mas pela primeira vez na defesa nacional, na defesa do interesse geral e da democracia contra um golpe de estado, revelando um amadurecimento político de um povo que muitas vezes foi julgado como despolitizado.

Há um despertar da cidadania - lutemos todos os cidadãos conscientes para preservá-la dentro da democracia e longe de oportunistas.

Cidadania e Reflexão - 28/05/2018                                         

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