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ESCOLHER A PAZ E A VIDA |
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Dom Reginaldo Andrietta, Bispo Diocesano de Jales Link do FaceBook: clique aqui Diante da violência espalhada no Brasil com a cumplicidade histórica de poderes do Estado,
encontraremos caminhos para uma verdadeira paz, sem a contribuição responsável de todas as
pessoas do bem?
Essa questão adquire ainda mais importância pelo fato de nossa cultura ser tida
como cristã, tornando inconcebÃvel, especialmente, aos cristãos, sermos omissos frente aos
mecanismos que geram e alimentam a cultura da violência. A lista enorme dos que estão sendo assassinados neste paÃs, por lutarem em prol de justiça e paz,
aumenta rapidamente. Pudera! A realidade polÃtica atual favorece. Poderes econômicos, geradores
e aproveitadores dessa situação, além de utilizarem favores do Estado, se associam à força das
armas para garantirem a lucratividade de seus negócios. Essa “guerra†tem seu componente
ideológico, alimentado pela mÃdia burguesa inescrupulosa.
A condenação feita a pessoas que doam suas vidas em defesa da vida, tornou-se muito comum. Acusam-nas de tudo o que é negativo e falso, para descredibilizá-las. Muitos se deixam envolver
ideologicamente, reproduzindo pelas redes sociais, notÃcias distorcidas e comentários
manipuladores que tornam réus os que são vÃtimas. Por isso, frente a tudo que nos chega de
informação e à facilidade de compartilhamento, “todo cuidado é poucoâ€.
Se Deus é realmente brasileiro, como diz o adágio popular, estaria ele, então, mudando de
nacionalidade e nos deserdando? Não! Ao contrário. Agora, sim, ele se apresenta muito mais
brasileiro, tanto quanto SÃrio ou onde mais há guerras, encarnado nos “marcados para morrerâ€, mas
destinados à vitória, afinal o bem sempre vence o mal. Em Cristo, nosso Deus, historicamente
encarnado e atuante, a vida continuará vencendo a morte.
No entanto, a escolha pela vida é nossa. O cortejo da vida, do Domingo de Ramos, e o cortejo da
morte, da Sexta-feira da Paixão, são significativos pelo contraste: a entrada triunfal de Jesus em
Jerusalém; posteriormente, sua crucificação. Num dia ele é aclamado, no outro é martirizado.
Vivemos, também, a experiência desses dois cortejos. Num dia amamos, no outro nos deixamos
invadir pelo ódio.
Seria possÃvel mudar essa alternância de modo definitivo, em direção à plenitude do amor? Jesus
nos dá a resposta. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim†(Jo 13,1). No
abandono total, na cruz, ele apela ao Pai, recebendo a ressurreição como resposta, a qual nos dá a
possibilidade de vencer, igualmente, o mal e a morte. Qual resposta nos compete, também, dar?
Deus nos criou livres. Temos a possibilidade de escolher entre a vida e a morte. Na dificuldade de
discernimento e escolha, o livro do Deuteronômio, capÃtulo 30, apresenta “a vida e a felicidade, a
morte e a infelicidade†e sugere: “escolhe, pois, a vidaâ€. Escolher a vida implica escolher o amor,
sabendo que “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos†(Jo 15,13).
Jesus assim o disse e o viveu até o fim de suas forças, testemunhando a possibilidade da vitória da
justiça sobre a opressão, do respeito sobre a intolerância, do perdão sobre a vingança, da paz sobre
a violência, finalmente, da vida sobre a morte. Em Cristo, encontramos a possibilidade de percorrer
um caminho novo. Compete a cada um de nós a opção entre o cortejo da violência e da morte, e o
cortejo da paz e da vida. Que nossa escolha seja sábia! Jales, 21 de março de 2018. |
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